Doce de Abobora
Outra vez mais nos reencontramos,
Pedaço de passado,
de açúcar e saudade
Ainda és o mesmo, doce?
Tu, com romântico desenho de coração
e tua cor avermelhada, que queres me dizer ?
Que Mefisto salpicaste em tua receita
em nosso coração, tantos sentimentos ?
ah, mas sim, ainda é o mesmo ...
com que glicose insustentavel foste feito ?
açucar que brota em minha alma
a flor da nostalgia, de pétalas de saudade
e de espinhos tão amargos
ah, como é triste teu coração!
talvez, fosse conveniente forrar-te com espelhos
ou dissolves-te em um vaso refratario
mas, ai de mim, ainda é o mesmo ...
o tempo não lhe envergou a coraçao, como
me envergaste a coluna,
e hoje, ainda teu opaco vermelho, cintila
como os farois da costeira
que guiam os possiveis naufragios, tu me
pontua toda as coisa esqucidas...naufragadas
tudo o “que poderia ter sido”...
ah, que dirás tu, coração,
quando se rever?
quando mais
inverno somarem-se sob o joelhos ?
Marcelo Colucci 02-12