Doce de Abobora

Outra vez mais nos reencontramos,

Pedaço de passado,

de açúcar e saudade

Ainda és o mesmo, doce?

Tu, com romântico desenho de coração

e tua cor avermelhada, que queres me dizer ?

Que Mefisto salpicaste em tua receita

em nosso coração, tantos sentimentos ?

ah, mas sim, ainda é o mesmo ...

com que glicose insustentavel foste feito ?

açucar que brota em minha alma

a flor da nostalgia, de pétalas de saudade

e de espinhos tão amargos

ah, como é triste teu coração!

talvez, fosse conveniente forrar-te com espelhos

ou dissolves-te em um vaso refratario

mas, ai de mim, ainda é o mesmo ...

o tempo não lhe envergou a coraçao, como

me envergaste a coluna,

e hoje, ainda teu opaco vermelho, cintila

como os farois da costeira

que guiam os possiveis naufragios, tu me

pontua toda as coisa esqucidas...naufragadas

tudo o “que poderia ter sido”...

ah, que dirás tu, coração,

quando se rever?

quando mais

inverno somarem-se sob o joelhos ?

Marcelo Colucci 02-12

macolucci
Enviado por macolucci em 04/12/2005
Reeditado em 17/05/2006
Código do texto: T80942