Desnorte na Praça Pálida
Demoníaca queda, sinto
Numa impiedosa faixa de ondas.
Deduzo por existência o desatino
Onde insegura alegria sangra.
Parado estou na praça artificial
Em natural medo de uns ideais.
Se há alma igual — já não sei mais —
Que me abafe a dor nestes umbrais.
Pálida angústia, amorfa e desumana
Que de banda olha meu sofrer só
Onde encontrarei um amor que emana?
Grotesca sombra que em mim avança
Onde o leito encontra e estanca
Sem morte, sem corte e sem nó?