Desnorte na Praça Pálida

Demoníaca queda, sinto

Numa impiedosa faixa de ondas.

Deduzo por existência o desatino

Onde insegura alegria sangra.

Parado estou na praça artificial

Em natural medo de uns ideais.

Se há alma igual — já não sei mais —

Que me abafe a dor nestes umbrais.

Pálida angústia, amorfa e desumana

Que de banda olha meu sofrer só

Onde encontrarei um amor que emana?

Grotesca sombra que em mim avança

Onde o leito encontra e estanca

Sem morte, sem corte e sem nó?

Guilherme Coelho
Enviado por Guilherme Coelho em 13/06/2024
Código do texto: T8085390
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