Parto…
Parto…
Ema Machado
Parto,
Enquanto apenas o desamor foi fecundado
Para que assim, o ódio não seja gestado
Deixemos intactas as recordações de um feliz passado…
Aborto tudo o que me tenha magoado
Peço que também o faças, pois, é fardo pesado
Tivemos bons momentos, enquanto caminhávamos lado a lado…
Parto
Seguindo por vielas do desconhecido
Serei a criança se redescobrindo
Apenas possibilidades, nada levo comigo
Não direi que não sinto
Não partirei sorrindo
O manto da saudade pode ser assíduo e dolorido
Pode vestir-me na vastidão do infortúnio
Tentarei aquecer-me na certeza que estarás feliz
Só, estarei de bem comigo…