༺ Vazio ༻
Lágrimas em torrentes sem controle
Como gotas de vidro que rasgam a pele
Vão embora, deixam dor e nada além
Dor, que de tanta, já não sei donde vem
Se é dos meus olhos cansados e mortos
Que sagram como a expiação dos devotos
Ou da lâmina afiada da língua que perfura
Forjada com indiferença, cravada com loucura
Se vem desse lugar que deixaram vazio
Onde agora um vento gelado faz assovio
Ou onde prego remendos no meu tecido roto
Que, de tão podre, já não quero ver meu rosto