VIDA

 

Andar às cegas,

Tateando no escuro

Sem saber se o que temos pela frente

Será um colo, um abismo ou um muro.

E nos falam de sinais,

E nos dizem, “Tenha fé,”

Mas quem o diz sequer sabe

O que estas coisas significam

Realmente.

 

Seguimos em frente,

Porque não há ré,

Não existe volta, não há como

Corrigir, refazer, repensar, trazer

De volta, o que perdemos

Por destino ou inconsequência.

Dizemos crer na ciência,

Mas procuramos por sinais

Que nos tragam, ao menos, a esperança

De um pouco de paz.

 

E assim é o viver,

(Ou talvez apenas seja

Uma imitação do que é).

Pois morrer é mistério,

Parede onde pintamos nossos sonhos,

Projetamos nossos medos,

Arremedamos a fé.

 

 

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 20/05/2024
Reeditado em 19/07/2024
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