Telegrama
a poesia não corta cabelo
não apara as asas
muito menos paga o aluguel
não come
parece pintar o silêncio no que já é
cada contorno um destino
cada olhar um roteiro
tira o véu do mundo
de um jeito leve que corta
pisa no coração para a noite passar(…)
não tira o mal olhado
seu perfume bate no teto
nunca jejua
ninguém sabe onde vive
se enfeita o lar
(e) depois some dentro da gente
vadiando no sorriso mais molhado
não quer café
só quer (nos) namorar