Na pura tarde
Havia ainda um respingo em mim
Como num espanto
Um verso
Teus olhos castanhos, mel , quase verdes.
Mas isso escrevo porque acho bonito. Pois eram azuis
Azul como os céus
Que nunca foram
Azul como o mar
Que nunca foi
Como os ladrilhos
E pedras preciosas
Jóias sem valor
Num dedo um falso brilhante
Que como espanto
Nunca foi
Continuo dizer que são lindos
Que são verdes
Que de contra o sol
Pareciam cinzas
Na pura tarde
E, na noite negros
Num breu forte
Mas que na minha alma
Veria azul
Não hambar, mas azul
Na pura tarde.