Você que me lê

Você que me lê, aí sentado em sua cadeira,

Procurando em meus versos o frio lamentar de seu peito,

Buscando nas entrelinhas que escrevo, revelações ocultas de alguma maneira,

Você, que entra nos recantos de minha mente, recitando meu lamento.

Você que lendo o que escrevo, nos versos soltos tenta achar uma maneira,

De compartilhar minhas emoções em seu coração, de qualquer jeito,

Usufruindo dos sentimentos que preciso espalhar no papel, como poeira,

Sentindo o que sinto no silêncio que recito, procurando quem lhe queira.

Você que procura o amor, nos versos rabiscados, nas folhas amassadas na lixeira,

Ansiando pelo sentimento que golpeia, que derruba, na ânsia de terminar no leito,

A necessidade te norteia, na busca incessante por versos de amor que anseia,

Deixe-me doar-te os sentimentos de um amor que busca em si o seu conceito,

Você que me lê, e recebe no coração a lembrança do amor que incendeia,

Queimando-te por dentro e transformando-te enfim no amor que para ti é perfeito,

Sente que meus versos de amor sangram e te deixam insone a noite inteira,

É o desejo que todo mortal anseia, morrer do amor que sua alma anseia.