O sonho na cauda da estrelas
O sonho na cauda das estrelas
Ela sonha o amor num leito de vento e nuvens
Ao sabor do sentimento se entrega às vertigens
De olhos virgens crê num céu de estrelas luzentes
Muitas que nem vê nas suas pestanas dormentes
Às vezes são sementes plantadas pelo pestanejar
Fios de cabelo emaranhados no luar
Pontuados de reticências em histórias inacabadas
Horas pouco vividas em memórias muito sonhadas
Mas se o céu é tão vasto e até cabe num olhar
Porque não se deixar adormecer num manto estelar?
Dar liberdade ao sonho na luminosa cauda das estrelas
Para que ele seja feliz noite fora na rota delas
As estrelas na noite são as flores do dia que se segue
Devemos guardar as que ficam para que a poesia as regue
Luísa Rafael
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Porto, Portugal