Meu Inverno
Meu Inverno
Soltam-se flocos das mãos suaves do céu
Estrelas de gelo do tempo que arrefeceu
Algodão das nuvens em encantamento
Suspiros agasalhados em lãs de envolvimento
Tudo é paz neste branco perpétuo e lento
Do cachecol sobressai o olhar do sentimento
O sol do sorriso não se vislumbra sequer
Mas ele existe e inunda sempre quem vier
Venha o Inverno que serei sempre lareira
O calor envolvente de quem está à minha beira
A mão carente com uma sementeira de amor
Entrelaçada até serei a Primavera em flor
Aconchega-te, meu amor, com este frio terno no meu coração
Ah, meu Inverno és de todas a mais quente estação!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal