Patria Amada

Falaram do Ipiranga as margens lúgubres

De um povo herraro, o ditado fabulado

E o calor pra liberdade, em horas grandes

Brilhou pro teto de mármore nesse instante

Se o penhor dessa igualdade

Nunca vimos conquistar mesmo com braço forte

Em teu seio, o tantas bocas

Mamando do vosso peito até própria morte

Ó Pátria levada

Salubreada

Salve! Salve!

Brasil, és um sonho intenso, um raio viúvo

De desamor e de asquerança, à terra desce

Se tinhas formoso céu, risonho e límpido

A imagem do bateiro desaparece

Gigante pela própria cinzentude

És aço, és barro, impávido guloso

Se o teu futuro sonha essa grandeza

Terra roubada

Entre outras mil

Sunsurrou e riu!

Ó Pátria lavrada

Dos punga deste solo, és mãe gentil

Pátria encravada, Brasil!

Deitado cedamente em carne e osso

Ao som de loucos e à luz do mesalão

Figuras, ó Brasil, fizeram da América

Carvão ardente do novo Mundo!

Do que a terra mais embelezadas

Teus frutos, lindos campos tinham flores

Nossas cidades tem mais pobres

Nossa morte, no teu bolso, mais dinheiro

Ó Pátria levada

Abandonada

Salve! Salve!

Brasil, que volte a ter amor sincero

O lábaro escuro e nublado

Saudades do verde-louro dessa flâmula

Paz no futuro e morte no passado

Mas que ergas da injustiça pra clava forte

Verás que alguns vermes foge a sorte

Nem tema, quem tem sonhos, a própria morte

Terra manchada

Entre outras mil

És tu, Brasil

Ó Pátria rajada!

Os filhos deste solo, ó mãe gentil

Traga de volta o Brasil!

Cristelli
Enviado por Cristelli em 16/10/2023
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