ROTINA
Às seis horas acorda.
Seis e cinco sai da cama.
Dá uma espreguiçada,
E então tira o pijama.
Escova os dentes.
Lava a cara com água fria.
Liga o rádio pra ouvir
As primeiras notícias do dia.
Às seis e trinta toma café
Numa xícara amarela.
Come pão amanhecido
Com queijo e mortadela.
Ao banheiro, vai de novo;
No cabelo passa o pente.
Ajeita bem a gravata;
Fica com jeito de gente.
A esposa ainda dorme –
Dá pra ouvi-la roncar.
Beija a testa dela
Sem fazê-la acordar.
O relógio não espera.
Sete horas quase são!
Sai correndo tudo...
Pra não perder a condução.
No mesmo ponto.
O mesmo pessoal.
O mesmo motorista.
Todo dia é igual.
Aperta a mesma campainha.
Desce na mesma parada.
Entra na mesma empresa.
Começa a mesma jornada.
Meio-dia é o almoço.
Às três, é o café.
Tem um chefe muito chato –
Serviço a “dá co pé”.
O dia se arrasta...
Seis horas, finalmente!
Graças a Deus!
Termina o expediente.
Faz a rota ao contrário.
O pé arde que nem brasa.
É hora do “rush” –
Demora chegar em casa.
Até que enfim...
Abre um largo sorriso!
Seu lar, sua família –
Xerox do Paraíso.
Abraça a Maria;
Brinca com o Joãozinho.
Lá fora é um “mundo cão”;
Dentro, é cheio de carinho.
Depois do banho e da janta
Ele faz uma oração.
Agradece pelo que tem.
A Deus pede proteção.
Dorme o sono dos justos.
Descansa o corpo e a retina.
De manhã, está prontinho –
Pra enfrentar sua rotina.
Autor dos livros "Versos & Poesias" e "Ponto Azul"