ALZHEIMER PÓS-INFÂNCIA

Onde estive, quando não estava?

Abaixo de um imbuzeiro, sonhando?

Com mil trevas sob a cabeça

Ou resplandecendo santo?

Lembro-me da árvore;

Os meus olhos também.

E as gotas de chuva

Na língua, na carne.

Não sabia do verbo “morro”

Nem do sentir “medo”.

Só conhecia o outono

E o furor da ninhada.

Como era tão contente

Se não mais recordo datas?

Talvez porque

A lágrima infantil

Sem lembrança dos motivos

Se fingisse gota d´água.