ANTI EGO

Toda singularidade é uma impessoalidade única.

Não sou eu,

não sou os outros,

não me conformo ao todo.

Gosto de indefinições,

de não ser alguém

entre o nome e o corpo.

Não suporto as gaiolas dos rótulos e identidades.

Prefiro inventar liberdades,

improvisos e singularidades,

assegurando-me o direito

de me fazer sempre ninguém.

Dentro de mim vivem muitos.

Todos tem o meu rosto.

Mas, vivo ou morto,

nenhum deles sou eu.

Não há realidade em ser um eu.