O RIO PARAÍBA AGONIZA
O Rio Paraíba agoniza,
Sem fauna, sem flora,
Sem vegetação arbórea,
Em meio a degradação,
De um novo empresariado
Que faz manobras jurídicas
Para obtenção de licenças
Para extração de areia.
O Rio Paraíba agoniza,
Enquanto montanhas de areia
São extraídas de seu leito
De forma mecanizada
E transportadas
Por muitos caminhões
Para outros estados,
Na calada da noite.
Na calada da noite,
E no silêncio dia,
Os proprietários
Se ‘adonam’ do rio
E fazem com ele
Tudo que querem.
Proíbem os ribeirinhos
De desfrutarem
Da bondade do rio:
De tomarem banho,
De plantarem batatas,
De pastorearem seu gado
No leito do rio.
E cercam o rio,
Aprofundam o rio,
Enlarguecem o rio,
Destruindo a mata ciliar,
Sem preocupação alguma.
Tudo em nome em nome de quê?
Tudo por causa da ganância,
Tudo em prol de mais dinheiro.
Mas quem se levantará
Contra a sanha dos areeiros?
Sim! Quem se levantará
Contra a fúria dos areeiros,
Para protestar,
Sem medo de bala
Que venha matar?!
Será algum velho?
Algum moço? Menino?...
— Lá vem Joserino!
— Lá vem Landoaldo!
— Lá vem o Fórum do Rio Paraíba!
Quem mais se levantará,
Nesta terra do Norte,
Para socorrer
O Paraíba da morte?!...