SONETO DO PORTO TRISTE

chove no porto de todos os meus sonhos

os fantasmas estão em trajes medonhos

nos navios exilados, impedidos de zarpar

meus países ameaçados se outro dominar!

no horizonte uma cortina de água pesada

faz minha vista escurecida e embaralhada

não há a saída deste mundo, estou ilhada

perdi meus bens e a cidade está sitiada!

não há ninguém aqui com quem negociar,

nada terei a oferecer se a chuva não parar

vou entregar tesouros para as naus piratas,

morrer com as bombas mortais das fragatas

e esquecer para sempre o dia em que eu vi

o amor nascer no sol de ouro que veio de ti.

betina moraes
Enviado por betina moraes em 18/12/2007
Código do texto: T783239
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