O SEM FUNDO DO CHÃO
Há um pouco de chão
neste céu que esmaga
nossa imaginação
e intorpece a visão.
Chão em que vejo a morte
fazendo o parto dos contemporâneos.
A mesma morte que consome os antigos e nossos sonhos mais introspectivos.
Aquela estranha morte que nos liberta
da terrível doença da vida,
que nos faz adivinhar uma existência mais primitiva e evasiva.
Há um chão sem limites no abismo da imaginação.
Através dele tudo perde o sentido
e se desfaz toda ilusão de razão.