Laços

O poema só é meu

Enquanto eu me deleito

Por sobre o papel

E mordo nervosamente

A tampa da caneta,

Ou teço os dedos

Mendigando as letras

De um teclado.

Então o poema ainda é meu.

Mas quando ele brota,

Feio ou bonito

Sob as áridas paragens

Desse mundo,

Emudecido, acabrunhado,

Sem ser nada

E sendo tudo…

Então, o poema já não é mais meu.

Paulo Roberto Benedito
Enviado por Paulo Roberto Benedito em 02/05/2023
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