Laços
O poema só é meu
Enquanto eu me deleito
Por sobre o papel
E mordo nervosamente
A tampa da caneta,
Ou teço os dedos
Mendigando as letras
De um teclado.
Então o poema ainda é meu.
Mas quando ele brota,
Feio ou bonito
Sob as áridas paragens
Desse mundo,
Emudecido, acabrunhado,
Sem ser nada
E sendo tudo…
Então, o poema já não é mais meu.