Um novo olhar

Eu só queria que as pessoas tivessem

um novo olhar sobre a vida.

Que esquecessem um pouco da televisão,

e usassem mais a contemplação.

Que passassem a observar mais

o céu, as nuvens, o sol, a lua...

Procurassem observar as pessoas nas ruas,

cada uma com seu caminhar

em busca da felicidade:

umas procuram as religiões,

outras procuram os shoppings

e a maioria procura os bares.

Enquanto isso, os lares

estão se dissolvendo...

Ninguém pensa no que está perdendo,

só pensa no que está ganhando.

Não há um casamento certo

entre felicidade e necessidade,

ou entre necessidade e realidade.

Só há uma rima frágil.

As pessoas estão se perdendo,

porém estão achando

que estão vivendo.

E quem há de dizer que elas estão erradas,

se elas viram isso na TV?

Viver é consumir até morrer.

Quanto mais consumo, mais consumição.

Compram tudo que manda a televisão:

vida, sonhos, felicidade, amores...

Tudo isso nas telenovelas.

Compram também os horrores

dos programas sensacionalistas:

sangue, balas, mortes, medos...

Enquanto tudo isso acontece,

uma simples pedrinha é “craque”

em driblar as autoridades.

E ninguém sabe como barrar

esta “coisinha”.

02/05/2013