POEMA DO DESABAFO

POEMA DO DESABAFO

Os poemas da depressão não são maus:

Vivos e sem forma,

Sentem o mundo,

Numa contrariedade individual.

O não consegue respirar,

No fôlego da falta.

O egoísmo da compreensão,

Apenas entristece as posses da vida.

O já tem como soma,

O sossego da precisão aconchegada.

O querer do poder,

Fala do amor.

As condições da dor ausente,

Conquistam o tempo do pensamento artístico.

Demonstrações feitas em partes,

Sabem intensificar perdas.

O deslocamento da solidão,

Desola o matar.

As adversidades negadas pela servidão dos motivos,

Ainda estão nas localizações.

O ficar do olhar passageiro,

Percebe popularidades.

A desistência da honra,

Transmite imaginação ao inconsciente.

A vez comparada à infância,

Brinca com a unicidade do sufoco.

O abraço da prisão,

Enfeita as definições com a crueldade.

O choro segue incentivado pela calma contínua,

Através das lágrimas derramadas.

A autoridade das crenças clama,

O esgotamento da queda.

O esvaído desalento,

Aumenta o sofrimento.

O lamento reclamado,

Vê o voo,

Na igualdade dos instintos.

O tudo delicado,

Suspira pelo fim.

O carinho da ironia,

Aproxima-se da alegria,

Para dançar com o sorriso.

A vinda ferida,

Resta nos versos das prosas.

A oferta floresce no morrer,

Enquanto as conclusões evitam atos.

A causa dos contatos pessoais,

Corta lembranças premiadas.

A inclinação do caminho,

Traz poesia à suposta libertação.

O escrever da certeza,

Mostra o encarar,

Das atitudes raras.

O abrir comunicativo,

Interioriza indecisões caladas e desabafadas.

Sheila Gois.

Sheila Gois
Enviado por Sofia Meireles em 26/04/2023
Código do texto: T7773827
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