POEMA DO DESABAFO
POEMA DO DESABAFO
Os poemas da depressão não são maus:
Vivos e sem forma,
Sentem o mundo,
Numa contrariedade individual.
O não consegue respirar,
No fôlego da falta.
O egoísmo da compreensão,
Apenas entristece as posses da vida.
O já tem como soma,
O sossego da precisão aconchegada.
O querer do poder,
Fala do amor.
As condições da dor ausente,
Conquistam o tempo do pensamento artístico.
Demonstrações feitas em partes,
Sabem intensificar perdas.
O deslocamento da solidão,
Desola o matar.
As adversidades negadas pela servidão dos motivos,
Ainda estão nas localizações.
O ficar do olhar passageiro,
Percebe popularidades.
A desistência da honra,
Transmite imaginação ao inconsciente.
A vez comparada à infância,
Brinca com a unicidade do sufoco.
O abraço da prisão,
Enfeita as definições com a crueldade.
O choro segue incentivado pela calma contínua,
Através das lágrimas derramadas.
A autoridade das crenças clama,
O esgotamento da queda.
O esvaído desalento,
Aumenta o sofrimento.
O lamento reclamado,
Vê o voo,
Na igualdade dos instintos.
O tudo delicado,
Suspira pelo fim.
O carinho da ironia,
Aproxima-se da alegria,
Para dançar com o sorriso.
A vinda ferida,
Resta nos versos das prosas.
A oferta floresce no morrer,
Enquanto as conclusões evitam atos.
A causa dos contatos pessoais,
Corta lembranças premiadas.
A inclinação do caminho,
Traz poesia à suposta libertação.
O escrever da certeza,
Mostra o encarar,
Das atitudes raras.
O abrir comunicativo,
Interioriza indecisões caladas e desabafadas.
Sheila Gois.