Feijão, Arroz, Farinha e Lágrima

Feijão, arroz, farinha e lágrima.

De bonança minha alma está ávida.

Este feijão até que é gostoso,

É o gosto do suor do meu rosto.

Viver de tormento é depender de farinha e da misericórdia divina.

Como posso ser derrotado se batalhar é minha vida?

Há de existir razão pra um destino tão cruel,

Talvez minha recompensa esteja no céu.

Ser pobre não é de todo tristeza,

Mas é ser escravo do fado, da incerteza,

De quem não sabe se tem comida na mesa,

E observa de longe o Conde da avareza.

Meu alimento está nas mãos do destino,

Legado de quem nasceu no mundo sozinho.

De quem vive da terra e do tempo,

E se atola na merda pra tirar seu sustento.

Tasboto
Enviado por Tasboto em 13/12/2007
Reeditado em 18/01/2013
Código do texto: T777139
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