Delírios
Não pergunte-me se a vingança
É um prato que serve-se frio.
Eu gosto de sopa quente,
De paixão que dilacera.
Eu deixo a frieza da razão
Para quem por si não basta,
Para quem precisa esperar
Para quem sabe esperar…
Eu sou delírio e medo,
Sem a misericórdia do tempo,
E com as misérias das almas
Tiradas de mim, definitivas,
Ao longo dos anos dos meus tempos
Sombrios.
Mas eu sou de angústia,
De calor que nunca esfria
De ânsia e agonias revestidas
De esperanças e talvez
De paz.
Vingança é um prato
Que nunca se consome,
Mesmo quando se estás a morrer
De sede !