Delírios

Não pergunte-me se a vingança

É um prato que serve-se frio.

Eu gosto de sopa quente,

De paixão que dilacera.

Eu deixo a frieza da razão

Para quem por si não basta,

Para quem precisa esperar

Para quem sabe esperar…

Eu sou delírio e medo,

Sem a misericórdia do tempo,

E com as misérias das almas

Tiradas de mim, definitivas,

Ao longo dos anos dos meus tempos

Sombrios.

Mas eu sou de angústia,

De calor que nunca esfria

De ânsia e agonias revestidas

De esperanças e talvez

De paz.

Vingança é um prato

Que nunca se consome,

Mesmo quando se estás a morrer

De sede !

Paulo Roberto Benedito
Enviado por Paulo Roberto Benedito em 14/04/2023
Reeditado em 14/04/2023
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