Chove amor
Chove amor
Se chovesse felicidades eu te daria uma tempestade
Talvez até movesse as nebulosidades para uma queda suave
Pediria ao vento que te beijasse com o perfume meu
Serpenteando no teu rosto com esta água que o céu ofereceu
Pediria à chuva que te escorregasse no corpo lentamente
Como se fosse a vibração da minha mão ardente
Que te segredasse ao ouvido cada suspiro guardado
No hálito que respiro vive a pulsação irreverente do pecado
Esperaria que orvalhasse um dilúvio de doces pingos de mel
Refrescando em alívio nos poros suados da pele
Que te molhasse a roupa esculpida e açucarada
Para que louca e perdida a tirasse numa sensibilidade extasiada
Mas se a chuva que peço não vier em gotas de transparente felicidade
Venha o sol quente do prazer que te ofereço no lençol da saudade
Luísa Rafael
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Porto, Portugal