As rosas da esperança
As rosas da esperança
Tenho no meu regaço dorido rosas murchas de tom desmaiado
Encostadas ao meu peito lacrimejante de um choro sofrido e sufocado
Folhas secas em caule partido de dilacerante seiva de espinhos
Que no teu silêncio distante são as dores dos desejados carinhos
Agarro-me às flores esquecidas no colo das saudades
Rasgam-me a pele, abrem feridas expostas às verdades
Mas as lágrimas de sabor salino regam-nas de esperanças
Sabendo que depois das tempestades vêem as almejadas bonanças
Os meus cabelos serenos em fios de brilhos sentem os ventos da mudança
Enleiam-se nos picos cortantes em novelos de prisioneiros sentimentos
Por seta de Cupidos com venenos latejantes que pulsam confiança
E o meu peito soletra delírios que rastejam em sonhos sonolentos
Onde os nossos corpos despidos festejam no leito dos martírios das noites caladas
Em lençóis de pétalas de rosas viçosas tingidos de esperas apaixonadas
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal