As rosas da esperança

As rosas da esperança

Tenho no meu regaço dorido rosas murchas de tom desmaiado

Encostadas ao meu peito lacrimejante de um choro sofrido e sufocado

Folhas secas em caule partido de dilacerante seiva de espinhos

Que no teu silêncio distante são as dores dos desejados carinhos

Agarro-me às flores esquecidas no colo das saudades

Rasgam-me a pele, abrem feridas expostas às verdades

Mas as lágrimas de sabor salino regam-nas de esperanças

Sabendo que depois das tempestades vêem as almejadas bonanças

Os meus cabelos serenos em fios de brilhos sentem os ventos da mudança

Enleiam-se nos picos cortantes em novelos de prisioneiros sentimentos

Por seta de Cupidos com venenos latejantes que pulsam confiança

E o meu peito soletra delírios que rastejam em sonhos sonolentos

Onde os nossos corpos despidos festejam no leito dos martírios das noites caladas

Em lençóis de pétalas de rosas viçosas tingidos de esperas apaixonadas

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 28/12/2022
Código do texto: T7681489
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