Nas horas tão ligeiras
Encontrar você foi um baita portento
Luzes da cidade foram complacentes
Laureados pela bela sinfonia do vento
E observados pelas estrelas reluzentes.
Nos perdemos nas horas tão ligeiras
Como quem não se dá conta dos dias
Envolvidos pelas mais árduas poeiras
Nossas tardes foram ficando tão frias.
Hoje nosso amor é só vapor na vidraça
E não serve sequer de verso em poemas
Dois amantes lamentando toda desgraça
Era só solução e terminou em problemas.
Uma solidão a dois que nunca ultrapassa
A condição do velho discurso sem temas
Dois tijolos desunidos por falsa argamassa
Ovos de claras opacas carentes de gemas.