Exílio contemporâneo
Minha terra tem Palmeiras,
Grêmio, Corinthians, Ceará
Sinfonias de pardais, nas roseiras
Cantam para a majestade, o sabiá.
Minha terra tem Palmares
Quilombo de tantos lutares
E o sabiá sabia já :
Tem tico-tico no fubá.
Minha terra tem palmito
Extraído das palmeiras,
Onde hei de ouvir cantar
Uma sabiá, sei lá ...
Minha terra tem Palmira
Morena que vem de Angola.
Ela trouxe a sabiá na gaiola
Que fez um buraquinho...
Voou, voou, foi pra Belém.
Tem pena d’eu, sabiá,
Me leva daqui também.
Eu quero voltar pra lá.
Pra minha terra querida,
Da verde-e-rosa Mangueira.
Onde está a sabiá sumida?
Já procurou na laranjeira?
( Esse auto-exílio está me deixando maluquinho :
onde já se viu rimar música, saudade e passarinho?)