O Forasteiro.
Amanhã com o padre vou conversar.
Vou até lá na igreja meus pecados confessar.
Vou contar da noite que no convento entrei.
E com a freira fui brincar lá atrás da sacristia.
Era noite de luar e o vento assoviar.
E lá fora uma alcateia de lobo a uivar.
E dentro do convento eu e a freira a nos amar.
O pão eu comi e o vinho bebi.
Mas se o padre não gostar.
E com o bispo for falar.
Para pedir para o papa me excomungar.
E pra sempre da igreja me expulsar.
Se assim for seguirei o meu caminho.
Pois não sou daqui e aqui não pretendo ficar.
Fui absolvido lá no purgatório.
E batizado com as lágrimas dos anjos.
Sou aquele que caminha descalço.
Entre a sombra e a luz por caminhos de fogo.
Se quiser saber quem sou de onde vim.
Vá na calunga e pergunte ao guardião no portão.
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Valentim Eccel