O RETORNO DE DIONÍSIO
Nestes dias de encruzilhadas
escuto o silêncio dos meus mortos.
As urgências dos nossos passados
consomem minha ilusão de progresso e futuro.
Somos o intempestivo.
O que esperamos ainda não tem nome,
é hoje desespero e fome,
antecedendo a colheita
de uma arcaica revolta.
Dionísio renascerá triunfante
em astrais primaveras
para dançar alegre na boca do abismo
o eterno retorno do caos em festiva desordem.