ENLOUQUECIDA

Umas sombras na fala renascida

À porta doutro tempo promulgado

Trazem pássaros mortos, flores breves,

Como se o manto sujo dessa dor

Fosse capaz de sutilezas tais.

São os instantes promessa doutra ausência

Numa aurora insaciável a caminho?

Manhã sem coro de anjos por moldura

Do desespero mais cediço, agora,

Berçário de utopias natimortas

Amarga o seu café e azeda o leite

Qual presságio dum mal que não se atrasa.

Não há pressa em seus gestos sequestrados

Nem razão no vazio de seus ais.

.

.

Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 11/10/2022
Código do texto: T7625284
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.