ENLOUQUECIDA
Umas sombras na fala renascida
À porta doutro tempo promulgado
Trazem pássaros mortos, flores breves,
Como se o manto sujo dessa dor
Fosse capaz de sutilezas tais.
São os instantes promessa doutra ausência
Numa aurora insaciável a caminho?
Manhã sem coro de anjos por moldura
Do desespero mais cediço, agora,
Berçário de utopias natimortas
Amarga o seu café e azeda o leite
Qual presságio dum mal que não se atrasa.
Não há pressa em seus gestos sequestrados
Nem razão no vazio de seus ais.
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