ABRA A PORTA DA SENZALA
ABRA A PORTA DA SENZALA
Abra a porta da senzala
Sinta o odor que dela exala
É cheiro de gente sofrida
É cheiro de dor
De vidas que não foram vividas
Abra a porta da senzala
Veja o quão os negros sofriam
Entre dores e perseguição
Observe os lamentos tristes
Em vozes de oração.
Abra a porta da senzala
Veja os olhares cansados
Veja mãos calejadas
Pés feridos da exaustidão
Abra a porta da senzala
Veja a fome em labirinto
Implorando um pedaço de pão
Abra a porta da senzala
Ouça o gemido da noite
Tente sentir em seu corpo
O que o negro setia no açoite.
Abra a porta da senzala
Use a imaginação
Pense, repense e reviva
As amarguras da escravidão.
SONIA BRUM