MENTIRAS
Ela na igreja, vestida de santa
carrega em suas mãos impolutas
o terço e o diário de prostituta.
Ele, vestido de alegria
um palhaço seria
estilhaça a depressão
entregando seu coração.
No tronco da árvore frondosa
aquela navalha marcava suas iniciais
lado a lado, um ramalhete de rosas
manchado por brigas banais.
E lá no meio da praça
todos falam da desgraça
o inferno, ao invés, do céu,
um bonito casal
saiu do motel
para manchete do jornal.