TRANSCENDÊNCIA

 

 

O suspiro do vento se insinua

no silêncio do tempo

onde o espaço é o universo,

onde o momento é o todo.

 

As pacientes asas do moinho

tentam em seu humilde balé

trazer o sussurro das ondas

para adormecer na terra

fazendo nascer de seus sonhos

a pureza do sal.

 

O poeta perplexo

se indaga da felicidade

da sua presença

pois ele não é sal,

nem vento,

nem mar

sequer areia.

 

Mas lá no horizonte distante

entre as brumas do mar

e as nuvens do céu,

delicadas vozes,

talvez de sereias perdidas,

murmuram que o poeta

é o espírito de todas as coisas.

 

 

 

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Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 23/09/2022
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