Efêmera Eternidade

A engenharia que serve para montar poemas

não tem lógica.

Desiquilibrada parede,

com as palavras em petição

de rio, lagoa ou mar aberto.

Desafiadora forma, desestruturada

frente às leis da gravidade

e da solidez.

Palavras desqualificadas

enfeitam versos

e puídas suspiram

quando se fazem janelas

para aventar as salas da poesia.

E alicerces não há...

Frágeis criaturas,

frágeis palavras desengenhadas

para a beleza do verso

para desconstruírem,

para ruírem e se eternizarem

na arquitetura forte e clara

de um poema escrito

em efêmero guardanapo

de papel.