SEM REFERÊNCIA
Pela vida perambulando,
sem companhia divagando,
a mercê do tempo continuando...
Nos becos sujos do mundo,
Deixei meus sonhos vagabundos
e minha fome de liberdade.
Segui perdida nessa mentira,
sem sobras de dignidade.
Sobrevivendo ao comum
despercebi uma a um, meus direitos e as verdades.
Me encontrei em trilhas apagadas,
voei de asas quebradas,
descansei na linha partida
do horizonte.
Deambulando em meu destino,
atravessei mares bravios, sem passagem,
fui clandestina no navio miragem,
conheci dois lados e fiquei metade.
Não salvei Jesus Cristo,
Não percebi o perigo e por isso fui covarde.
Por tudo isso esquecido,
encontrei o nada no meio do caminho e o levei
como bagagem...
e hoje:
se sonho, não me recordo
se amo, não sei ao certo
se sou sã, santa, demônio...
não descobri o mistério...
se quero o paraíso e flores,
se quero sorrisos ou dores...
se quero o céu ou o inferno.