ALMA DE TERRA

Tenho fome de vazios.

Recuso o conforto do abrigo dos sedentários

Para passear na linha incerta dos abismos.

Não me contentam certezas,

Saberes e práticas asceticas.

Prefiro um banho de lama a céu aberto.

Ser sujo de terra , de vida e de tempo.

Aprendi a feder liberdade,

A amar os vazios vadios,

Os ermos onde dançam delirantes imanências.

Prefiro a música do grito a melodia de qualquer palavra.

Pois minha alma tem gosto de terra.