A FUGA
Não me descaibo
por vê-la em pensamento
neste aperto
onde me perco no silêncio
de tanto espaço
em que me aprofundo,
lento e pequeno,
no passo raso
que segue o rumo
de pés descalsos,
de um largo mundo
cada vez mais miúdo,
rapidamente minguado,
do teu riso que perece
no espírito descampado
de onde fujo e me segue
o rastro descuidado
um peregrino retirado
que me ameaça de passado
e não há imensidão
que me acoberte,
não existe multidão
que me minusculize,
até que eu caiba
e te escape.