Guerra cotidiana
E vamos pendurando os dias nas gavetas
do tempo,
sobrevivendo as guerras cotidianas,
avante sempre
sempre
olhando taciturno com os olhos inflamados de revolta
envolto a uma realidade que despresa o ser
humano.
E vamos
avante
sob
o presente
metal das horas frias
dizendo:
bom dia para pessoas ruins
dando esperança
para pessoas que não merecem.
E vamos avante
rezando uma prece
com pressa
com os boletos vencidos,
e a guerra cotidiana
vai nos vencendo e tornando-nos
insuportáveis,
Intolerantes
aos programas imbecis
que passam na televisão
num dia monótono de domingo.