Caminhando à tua procura
Na solidão sigo o meu caminhar
como uma eremita sem pouso,
sempre em busca do amor
que não sei mais onde se encontra.
Existe a calmaria dentro d'alma,
mas o uivo dilacera a noite
e rompe o espaço infinito.
Quero andar, mas pernas não tenho ,
quero te tocar, mas minhas mãos estão mutiladas.
Quero teu corpo sentir,
mas o impassível toma conta do ser.
O que fazer desse amor que clama
que chora na calada da noite,
que nada mais sente de esperança,
apenas um estar no vazio e caos
de mim mesmo.
Uma solidão gritante e sufocante.
E lágrimas que caem face
ocultando a real dor
do não viver, do não sentir
e levando o amor
continuo em tua busca.
Em que porto não sei onde ancourar.
Só sei dizer que nada mais sei
de mim e nem de ti
que se apartou inesperadamente de mim.
"Angustia branca,
solidão negra,
angustia só"
zelisa camargo
16.03.05
20.39