Cupido adoecido larga flechas no umbral
Trabalho ingrato
Mal agradecidos
todos os amantes,
tão fingidos
Cupido reclama
não quer mais poemas
nem ais, nem chamas
Que se matem todos
culpa alguma,
de terem inventado
mal amado amador
Larga os trouxas
e na rua
bebe de Baco
o fel do arrependimento
Vai cupido, leva os teus olhos
mais cegos que a justiça
(que tem venda de seda,enquanto as tuas são de cera)
Se não mais existires
não mais te culparão
de assassinatos, suicídios
e depressão
teus devaneios, teus desenganos
terão mesmo valido?
se te vai, leva contigo
também esse segredo
Vai ex amigo,
a quem tanto procurei
e do qual agora eu fujo.
Leva a minha rasura,
não tenho vocação para o amor.
vai sem demora
tua rima me irrita
teu cheiro nauseia,
tua mão enoja
vá com todos os santos
os franciscos, os antônios
aqui esperarei, tola
que me convença
do contrário