Cupido adoecido larga flechas no umbral

Trabalho ingrato

Mal agradecidos

todos os amantes,

tão fingidos

Cupido reclama

não quer mais poemas

nem ais, nem chamas

Que se matem todos

culpa alguma,

de terem inventado

mal amado amador

Larga os trouxas

e na rua

bebe de Baco

o fel do arrependimento

Vai cupido, leva os teus olhos

mais cegos que a justiça

(que tem venda de seda,enquanto as tuas são de cera)

Se não mais existires

não mais te culparão

de assassinatos, suicídios

e depressão

teus devaneios, teus desenganos

terão mesmo valido?

se te vai, leva contigo

também esse segredo

Vai ex amigo,

a quem tanto procurei

e do qual agora eu fujo.

Leva a minha rasura,

não tenho vocação para o amor.

vai sem demora

tua rima me irrita

teu cheiro nauseia,

tua mão enoja

vá com todos os santos

os franciscos, os antônios

aqui esperarei, tola

que me convença

do contrário

desafinada
Enviado por desafinada em 25/11/2007
Código do texto: T752221