Impactos
Estou aqui frente a frente de mim,
Na penumbra do medo do amanhã,
Eu que desperto a noite a bailar, enfim
Por entre linhas soltas, céticas e loucas.
A escutar da minha boca melodramas.
Vejo na palidez do meu interior aflito
A ressaca do tédio, nas emoções desbotadas.
A ressaca é grande, faz marola nos dias,
Salga a alma e deságua no exterior vazia.
De repente há um estranhamento no ar.
Um obtuso labirinto, um espasmo
Há segredos, mistérios marcantes
Que o eu se nega a demonstrar.
Oh! espelho, o que de mim escondes?
Nesse momento o passado turva a água e eu clamo, diz espelho o que sabes.
O espelho continua mudo e se parte em pranto.