O tempo é o Juiz.

O que sinto é desejo de vingança.

Por ter sido magoado.

E ferido no amor.

Quando fui escravo dos seus beijos.

E dos feitiços dos seus olhos.

Prisioneiro em teu corpo.

Como uma tatuagem.

Minha musa minha inspiração.

Reduziu as cinzas o amor

Que tanto a dedique.

Assim como a flor que foi envenenada.

Conserva a sua beleza e o perfume.

Também conservo em meu peito.

Acesa a chama desse amor.

A razão me fala pra despreza-la.

Mas me faço de surdo a vós da razão.

Mas essa vingança eterna que nutre o poeta.

Por ter acreditado no amor.

De sua musa sua inspiração.

Que pelas costa o apunhalou.

Com o punhal de prata envenenado.

Com o despreso e a ingratidão.

Fazendo o sangrar a dor da saudade.

Em silêncio em seu canto.

Dos meus olhos já não cai mais lágrimas.

Hoje já não desço mais do meu pedestal.

Esse orgulho que habita em mim.

Não me deixa descer ao lodo que vives.

Porque sou como o brilho das estrelas.

Que reluz no firmamento.

Essa vida dura pouco.

E a fortuna não te salvará.

Do castigo que irás provar.

Quando esse dia chegar.

E diante do espelho da vida se olhar.

Com os olhos apagado e sem brilho.

Vera sua faces cadavérica.

E seus lábios desbotados.

E seus amigos que sempre te bajularão.

Na hora que tu mais precisar.

Todos te abandonarão.

Pois não tem mais forças.

Nem vontade de sair para festejar.

Então o destino te mostrará.

O porque disso tudo,o crime que cometesse.

Ao trocar o amor de um poeta.

Pelas vaidades e mentiras.

Daqueles que te rodeavam.

Já deitada em seu leito.

Sem forças para se levantar.

Por todos abandonada.

E nessa hora sua alma clama ao poeta.

Que não pode mais te ouvir.

Pois fosse tu que o rejeitasse.

Mas o que tu ouves é a morte.

Batendo lhe a porta.

Para te levar além do portal do outro lado.

Vestida e enfeitada com suas jóias.

De mentiras orgulho e traição.

Que plantasse em teu coração.

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Valentim Eccel