DEUSA DO CAOS
alma de menina moleca
acorda dolores, adormece lolita
não brinca de boneca
prefere, tal deusa do gênesis, soprar
fôlego de vida em anjos barrocos
e molda-los em demônios do caos
com meia de normalista
abre todas as comportas
e respira o ar que pandora descobriu
funde o caos no fogo
e transcende em cinza a labareda
não quer a cura da loucura
deseja bem antes
ser curadora do único caos impossível:
o transe entre a trança de sansão
e a transa boa de dalila
ela é uma poesia lambida
com saliva em lâmina
queima por dentro e quase dói
tem gosto de magma de vulcão
no segundo do orgasmo
parida no ventre do furacão
usa meia de bailarina
mas apenas para pisar
na corda bamba e visitar
o fundo do caos