OS ERRANTES PASSOS

Errantes passos cruzam passagens;

nos corredores, suas imagens,

cortam o ar, feito os vapores

dos veículos de combustão,

nos olhos a velhice usual,

cotidianamente de antemão,

em diligentes passos retos,

se assenta do tráfego habitual

e os errantes passos, dos teus certos,

alguma hora se encontrarão.

É o mistério concreto da cidade

que por milagre olvida sua presença

e os errantes passos, como crença,

seguem por linhas pensas

as tensas estradas que cruzaste,

sem, no entanto, encontrar-te,

é a gota de chuva no charco,

a folha amassada no passo,

o tronco que vejo de perto

e me desviam do teu caminho certo.

É que me juraste ao diabo não ver!

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 03/04/2022
Código do texto: T7487161
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