OS ERRANTES PASSOS
Errantes passos cruzam passagens;
nos corredores, suas imagens,
cortam o ar, feito os vapores
dos veículos de combustão,
nos olhos a velhice usual,
cotidianamente de antemão,
em diligentes passos retos,
se assenta do tráfego habitual
e os errantes passos, dos teus certos,
alguma hora se encontrarão.
É o mistério concreto da cidade
que por milagre olvida sua presença
e os errantes passos, como crença,
seguem por linhas pensas
as tensas estradas que cruzaste,
sem, no entanto, encontrar-te,
é a gota de chuva no charco,
a folha amassada no passo,
o tronco que vejo de perto
e me desviam do teu caminho certo.
É que me juraste ao diabo não ver!