Chuva, um temporal!
Chuva, um temporal!
Esta Noite caiu um pé d’agua que me acordou.
Os relâmpagos emudeceram os trovões noturnos.
Clareou o breu da madrugada mostrando seu estrago.
Muitos barracos na favela se desmancharam.
A correnteza levou todos os pertences e esperanças.
Deixando a tristeza como consolo da pobreza.
A natureza é sábia, tirando de quem nada tem,
Não dá prejuízo é a esperança de um recomeço.
Engana-se que assim pensa, pois seu ofício de garimpo,
Recicla papel e papelão, garrafas e latinhas
Apurando o valor para o seu sustento e da família.
Agora a enxurrada levou como última fonte de renda.
Seu pedido de esmola e ninguém acredita, fazem mal juízo!
Ajudar a cada um é impossível tamanho seu povo.
Carente de emprego, moradia, alimentação, sobrevive!
Mas a chuva lava a sua alma e a estiagem é a sua esperança.
Chico Luz