INÍCIO VAZIO
INÍCIO VAZIO
Inicial, o segundo do poema mortal,
Humaniza o poder do ter.
A certeza é apenas,
Uma visão que morre.
Em adiantamento, o olhar indefinido,
Vai-se sabiamente,
Para dentro de um invólucro,
Cuja fechadura física,
Estabiliza o ainda.
Contrariando ausências,
O deixar pesa.
O talvez verdadeiro,
Volta aos casos da conveniência.
Razoável, a probabilidade imortal,
Vem de um já vivo.
A vez contínua dos lugares,
Habita em concepções.
Os modos conseguem partes,
Que florescem geograficamente em manhãs.
Aberto a multidões,
O voo migra.
Repartido, o paraíso do mundo,
Apressa o brilho.
Ao colecionar razões,
O movimento naufraga.
O bem diário,
Faz antecipações.
O enterro acaba com as mesmices,
Causadas pelas memórias do vazio.
Sofia Meireles.