O Céu de Lua Cheia

 

Comi meus sonhos às cinco da tarde

A bordar as horas em ponto de cruz.

O chá foi inglês numa mesa colonial.

Num zigzag trouxe o dia emoção azul.

 

Minha alma sensível a tudo observava,

Admirava a beleza da chuva na vidraça.

Tudo parecia semelhante nessa ótica.

As diferenças nos pontos foram sanadas.

 

A tarde se despediu e a noite nasceu.

Levantei em seguida e fui até a janela

O passado se projetou nesse ínterim.

Trouxe muitas coisas na quebra do fio.

 

As cores desbotadas da toalha da mesa

Manchou a noite estrelada e tão perfeita.

A lua não se escondeu, chegou inteira.

Cheia, a deixar meu céu pleno certeza.