Virguladas
Da língua quero o paladar,
O sabor da sua boca na minha,
Das letras a verdade formada,
Das palavras a sentença dada.
Virguladas e ações planadas,
Dos pontos a certeza do resolvido.
Do corpo que fale aos ouvidos,
Da alma que busque a música do mar,
Das conchas quero seus mistérios.
Da areia branca o carimbar dos pés
Do castelo o príncipe encantado.
Estou no futuro das linhas das mãos,
Na leitura da cartomante e seus astros.
Minhas diagonais é somática e tétrica,
As palavras soltas são térmicas, obsoletas,
Sem nexo, um bonde desgovernado.
Quero um contexto sólido, um diário,
Antes de partir um livro editado.
Uma biografia; um conto sem agonia.
Quero morrer sem esquecer que amei
Um dia.