Lamparina Acesa
Minha alma plástica
Despreza a solidão torpe
Dos becos das mãos
Para encontrar a tua boca
Nos sonhos utópicos
No projetar da tela a invadir
O vertical dos ventos.
Minha sombra pássaro,
Minha sombra prado
Foge desse corpo solitário
Na lembrança que me sacode
No perfume da saudade,
No sinal aberto,
No dobrar dos ventos.
Quando o amor aqui chegou
Acordou a minha aurora
E deixou acesa a lamparina.
No dormir das horas,
Na fração dos segundos
O tempo acendeu tudo de novo.
A música acendeu o desejo.
A água das rosas molhou os seios,
As pétalas foram guardadas
Num livro sobre a mesa.
As petúnias trouxe a primavera
Diante das manhãs mal dormidas
Abrindo a janela para o horizonte.