OS CONFLITOS DAS GUERRAS INTERIORES

Eu era outro,

sem ao menos

ter tido a consciência

de que nos braços

da noite

o outro Eu era menos

da outra parte,

de alguma célebre

eternidade enclausurada,

permanente sob a pele,

tão queimada de sol

que nem mesmo a aurora

poderia adivinhar fortuitas

e gloriosas alegrias

detrás daquelas camadas

frágeis insistentes

para a criação inequívoca

de um Eu tão apático

e outro tão eufórico

sem sentimentos medianos

a atear o ritmo social

da relação fulgural.

Dorme,

dorme suavemente

sem atrapalhar ou chacoalhar

as intempéries,

os combustíveis

das suas lágrimas incontroláveis,

cachoeiras de eus

mortificadas em suas costas,

como adendo

a ser você mesmo

por permanecer à margem,

com medo de ser levado

e lá embaixo se afogar.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 17/02/2022
Código do texto: T7454265
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