DESPRENDIMENTO PARADISÍACO

DESPRENDIMENTO PARADISÍACO

O paraíso, luzidio ou sombrio,

Sob o olhar mental,

Próprio do pensamento exilado,

Às vezes infantil e às vezes jovem,

Diariamente, atrasa-se, antiquadro,

Ante a invisibilidade,

Vigiada pelo sono do despertar.

O agora acorda,

Em meio às pedras da paz,

Enquanto o regresso ao mundo,

Fecha-se à inutilidade das lembranças.

A cegueira amigável,

Morre de enfermidade,

Ou de velhice.

A solidão da mortalidade,

Na réstia da iluminação,

Finda o ter.

Os motivos do tempo,

Desaparecem para dentro das coisas lúcidas.

Os objetos se desprendem,

Mas não conseguem ficar soltos.

Sofia Meireles.

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 06/01/2022
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